Augusto Melo começa a ser investigado pela Polícia Civil por relação com influencers

A gestão de Augusto Melo possui apenas oito meses à frente do Corinthians, mas detém roteiro para escrever um livro somente de capítulos polêmicos. Para além dos envolvimentos com Laranjas no ato da assinatura com a Vai de Bet, o mandatário é investigado pela Polícia Civil de São Paulo por ter ligação com influenciadores com ações criminosas, orquestradas por meio de milícia digital.

As suspeitas se iniciaram no período da campanha eleitoral e se estenderam até a vitória do presidente em questão. Segundo informações da Polícia, Augusto Melo pode encabeçar a parceria com os influenciadores no tocante à propagação de fake news, bem como ataques virtuais a outros representantes do Corinthians.

De modo geral, o departamentos de Operações Policiais Estratégicas (Dope) e Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), com apoio do Gaeco (Crime Organizado), estão analisando minuciosamente os passos que levantaram o mandatário como suspeito. Para colocar panos quentes na situação, o delegado titular do Dope, César Saad, explicou o papel das investigações.

“A gente recebeu essa solicitação, foi registrado. O Dr. Romeu Tuma Júnior juntou os prints que ele tinha, já instauramos o inquérito policial e acionamos a Unidade de Inteligência Policial, que é quem faz o rastreamento destes domínios, pois, normalmente, estes usuários utilizam nomes fantasiosos. A partir daí, a gente identifica os dados cadastrais, o IP da máquina utilizada para esse tipo de ameaça, que, no caso do Romeu, foi bem clara. Isso leva a consequências criminais, está em andamento”, disse Saad.

Ao ser questionado sobre o envolvimento de Augusto Melo no esquema presunçoso, o delegado não ousou confirmar a ação, uma vez que as provas ainda estão sendo analisadas com cautela. Por outro lado, César explicou que se for comprovada a ação criminosa, o mandatário não terá como fugir do processo de impeachment.

“Agora, a gente vai estudar para entender se é um grupo, se pode ser alguma coisa montada, uma briga política, se tem interesses por trás ou se é uma ação individual. Quando é uma ação coletiva, orquestrada, as consequências são mais graves. Se for um ato isolado, é um crime de ameaça. Agora, se for algo orquestrado, dirigido a este propósito, aí pode ter uma consequência maior, pois configura uma ação criminosa, montada com objetivo de prejudicar pessoas e o próprio Corinthians. Temos de apurar com mais rigor”, explicou.

Acusações a Augusto Melo

Antes mesmo que o presidente do Corinthians fosse eleito, diversos conselheiros e jornalistas se apresentaram à polícia para denunciar as movimentações de ameaça em benefício de Augusto Melo. Um dos principais pilares da investigação partiu de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do clube.

“Há muito tempo nós estamos recebendo várias ameaças. Eu, pessoalmente, a minha família, e chegamos ao cúmulo de ameaçarem jogar uma bomba no Conselho. Fiz um boletim de ocorrência e pedi para abrir um inquérito, está tramitando. Vai morrer gente daqui a pouco. Já comuniquei essa situação na delegacia, falei com o delegado César Saad e encaminhei para a delegacia que está apurando o caso da VaideBet”, contou Tuma .

Com o processo de impeachment sendo cobrado pela oposição, Augusto Melo e outros seis representantes do Corinthians serão ouvidos pela Comissão de Ética do clube, sob risco de destituição do mandatário.

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