Ex-diretor do Corinthians abre o jogo sobre adoção de modelo SAF

Em uma entrevista reveladora, Rozallah Santoro, ex-diretor financeiro do Corinthians, compartilhou suas visões sobre a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e o futuro do clube paulista. Durante o diálogo com o portal Meu Timão, Santoro abordou as complexidades e desafios que envolvem a adoção deste modelo pelo clube.

Ele enfatizou que, apesar de ser um tópico sensível e muitas vezes visto como um tabu, a discussão sobre a SAF é crucial para o contexto atual do esporte. Segundo ele, não há previsões ou planos imediatos para que o Timão busque um investidor que assuma controle majoritário, uma vez que isso acarretaria grandes mudanças.

O que Rozallah Santoro pensa sobre a SAF no Corinthians?

Santoro se mostrou reticente quanto à ideia de um investidor majoritário assumir o clube, priorizando, no entanto, a importância de análises e estudos aprofundados sobre o modelo de SAF. “Não vejo nenhum cenário no qual o Corinthians tenha um investidor majoritário e adquira controle do clube. Não vejo isso possível em nenhum cenário”, comentou ele, destacando a necessidade de equilíbrio financeiro e desportivo.

Além de discutir a possibilidade da SAF, Rozallah também trouxe uma ideia inovadora que tem encontrado sucesso em outros esportes e países: vender uma parte do clube para a torcida. Exemplificando com o Green Bay Packers, da NFL, e a Real Sociedad, da Espanha, ele sugere um modelo onde os torcedores se tornam co-proprietários do clube. “Isso financia a reforma do estádio. O torcedor, quando compra, não paga mensalidade, ele é dono do clube”, explicou.

O que é a SAF e como funciona?

A Sociedade Anônima do Futebol, implementada por clubes como Botafogo e Cruzeiro desde 2021, reconfigura a administração clubística, permitindo que um investidor se torne o controlador majoritário ou não das ações. Essa mudança de estrutura visa a modernização e sustentabilidade financeira dos clubes, proporcionando uma gestão mais corporativa e menos dependente das instabilidades do desempenho esportivo.

Apesar das incertezas e da resistência de parte da comunidade esportiva, a SAF é vista como uma possível solução para os problemas financeiros recorrentes que muitos clubes enfrentam. Contudo, como Santoro bem frisou, é um tema que necessita de mais debate e estudo para seu pleno entendimento e, quem sabe, aceitação.

Assim, a perspectiva de Rozallah Santoro sobre a SAF e o futuro do Corinthians abre um importante debate sobre os modelos de gestão esportiva e o papel dos torcedores nesse contexto. Enquanto a implementação da SAF ainda parece distante para o clube, as alternativas sugeridas podem pavimentar o caminho para inovações futuras.

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