Corinthians é condenado pela FIFA a pagar R$ 40,4 milhões a Matías Rojas. A decisão foi tomada pelo tribunal da entidade máxima do futebol nesta quinta-feira. O Corinthians informou que irá recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS na sigla em inglês), última instância para casos desse tipo. Os processos nesta corte costumam demorar mais de um ano até serem julgados.
O valor da indenização determinada pela FIFA corresponde ao que Rojas tinha a receber até o fim do vínculo com o Timão, que iria até junho de 2027. O pedido de indenização de Rojas foi feito em dólares, mas a condenação foi estipulada em reais.
As partes têm até dez dias para solicitar a formalização da decisão da FIFA. O Corinthians corre o risco de ser punido com um “transfer ban”, que o proíbe de registrar novos jogadores, caso não pague os R$ 40,4 milhões a Rojas em 45 dias ou recorra ao CAS.
Como a situação evoluiu para a FIFA?
A defesa de Rojas alega que, em diversos momentos, tentou negociar um acordo amigável com a direção alvinegra, mas não teve sucesso. Rafael Botelho, advogado sócio do escritório PVBT Law, relatou os esforços e as dificuldades enfrentadas:
“Ainda em dezembro, quando já havia a possibilidade de sair na FIFA, procuramos o Corinthians para tentar fazer um acordo. Não era intenção rescindir. Tivemos uma demora por conta da mudança de diretoria, mas o Corinthians aceitou renegociar a dívida.”
“Nesse momento, o Augusto (Melo, presidente do clube) disse que honraria o compromisso”, relatou Rafael Botelho. Depois, os pagamentos voltaram a atrasar. Botelho enviou notificações e tentou contato com pessoas do clube, mas sem sucesso. A falta de respostas levou à decisão de levar o caso à FIFA.
Quais são as consequências para o Corinthians?
A entidade poderia ter punido o Corinthians com “transfer ban” imediato, mas decidiu não fazê-lo neste primeiro momento. Caso o clube não pague a indenização no prazo estipulado ou não recorra ao CAS, ficará impedido de contratar jogadores por três janelas de transferência ou até a quitação da dívida.
Ao anunciar Rojas (na gestão de Duilio Monteiro Alves), o Corinthians informou que o contrato teria duração até junho de 2026, mas o registro na Federação Paulista de Futebol indicava validade até julho de 2027. Contratado no meio de 2023, Rojas deixou o Corinthians após 30 jogos e sem gols marcados.
O que disseram os dirigentes?
Em entrevista ao “Canal do Benja”, o presidente do Corinthians, Augusto Melo, culpou o ex-diretor de futebol Rubens Gomes pela condução do caso:
“Estávamos em Maringá quando estourou a cobrança do Rojas. Rubão disse: “Falei com o empresário do jogador e pode pagar dia 5″. Então fiquei tranquilo. Quando voltamos a São Paulo, fomos informados que Rojas havia ido embora. Ao contatar o empresário, soube que estavam tentando falar com Rubão há mais de dez dias sem retorno”, declarou Augusto Melo. Rubens Gomes foi duramente criticado por Augusto Melo pela falta de comunicação e clareza na condução do caso, o que resultou na quebra de confiança interna.
A decisão da FIFA pode ter um grande impacto nas finanças e na estrutura do Corinthians. Caso a dívida não seja paga ou o recurso ao CAS não seja bem-sucedido, o clube enfrentará restrições significativas nas contratações, o que pode afetar o desempenho esportivo e a montagem do elenco para as próximas temporadas. Além disso, a repercussão negativa do caso pode prejudicar a imagem do Corinthians no cenário internacional, dificultando futuras negociações com jogadores e técnicos.
Com um cenário jurídico desfavorável e uma dívida milionária a ser paga, o Corinthians precisará de uma gestão competente e transparente para resolver a situação. O recurso ao CAS será a última cartada do clube para evitar as duras penalidades impostas pela FIFA. Restará aguardar para ver como o Timão navegará esses tempos turbulentos.
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