Dívida bilionária do Corinthians aumenta e valores são revelados

A dívida do Corinthians cresceu e está avaliada em R$ 2,15 bilhões, segundo o balanço financeiro do mês de junho, ao qual a Gazeta Esportiva teve acesso. Além disso, o Timão apresentou um déficit de R$ 30,3 milhões no primeiro semestre da gestão do presidente Augusto Melo. A situação financeira do clube preocupa tanto a diretoria quanto os torcedores.

O valor de R$ 2,15 bilhões registrado engloba R$ 1,4 bilhão de passivo do clube e R$ 710,1 milhões do financiamento da Neo Química Arena com a Caixa Econômica Federal. Esse aumento significativo na dívida reflete um cenário desafiador que demanda atenção e estratégias de recuperação financeira.

Déficit financeiro e endividamento crescente

Pelo balanço, o Corinthians vinha prevendo um superávit de R$ 15,3 milhões no primeiro semestre, mas, ao contrário, amargou um déficit de R$ 30,3 milhões. Ou seja, um resultado de cerca de R$ 45 milhões abaixo do previsto pela diretoria. Esse montante negativo se explica, em grande parte, pelas despesas financeiras líquidas, que totalizaram R$ 96,3 milhões nos primeiros seis meses de 2024.

Desses R$ 96,3 milhões, estão inclusas multas contratuais com patrocinadores, jogadores e treinadores. O clube estimava uma despesa de R$ 43,6 milhões, resultando em um gasto a mais de R$ 52,7 milhões. Isso ressalta a necessidade de uma gestão financeira mais rígida para evitar surpresas desagradáveis.

O endividamento do Corinthians, que fechou 2023 com uma tendência de queda, passou a ter uma elevação significativa em 2024. O Timão terminou o ano passado com uma dívida de R$ 885,8 milhões, e viu esse número subir para R$ 1,04 bilhão em meados de 2024. Já o endividamento da Arena aumentou de R$ 703,9 milhões para R$ 710,1 milhões. Esses números são alarmantes e indicam a necessidade de reavaliar as estratégias financeiras do clube.

O impacto dos patrocínios e direitos de televisão

Outro dado preocupante é que o Corinthians esperava arrecadar cerca de R$ 125 milhões com patrocínios, mas embolsou apenas R$ 105,3 milhões, uma variação de R$ 20 milhões a menos. Já em relação aos direitos de televisão, o clube orçou R$ 155,3 milhões de arrecadação e conseguiu R$ 143,7 milhões, ou seja, R$ 11,6 milhões a menos.

O Timão acertou recentemente com a Esportes da Sorte para o espaço máster, mas ainda possui quatro regiões vagas no uniforme: barra inferior traseira, omoplata, barra traseira do calção e meião. Essas vagas abertas são uma oportunidade para o clube buscar novos patrocínios e aumentar sua arrecadação.

Medidas de contenção e pontos de melhora

Apesar dos desafios, o Corinthians apresentou alguns pontos positivos no balanço financeiro. O lucro operacional do clube foi de R$ 65,9 milhões, cerca de R$ 7 milhões a mais do que o orçado. Esse número foi impulsionado pela venda do volante Gabriel Moscardo ao Paris Saint-Germain, que gerou cerca de R$ 108 milhões aos cofres do clube.

  • O passivo de curto prazo com fornecedores cresceu cerca de R$ 160 milhões do final de 2023 para meados de 2024, possivelmente devido à aquisição de jogadores para a temporada.
  • O passivo de curto prazo com encargos sociais subiu de R$ 111,6 milhões em dezembro de 2023 para R$ 164,9 milhões em junho de 2024.
  • O clube conseguiu uma economia de cerca de R$ 10 milhões nas despesas com “Pessoal” em relação ao valor orçado.
  • Arrecadou R$ 16,3 milhões com contribuições dos associados no primeiro semestre, cerca de R$ 6,5 milhões a mais do que o orçado.

Esses fatores mostram que, apesar dos desafios, o Corinthians segue buscando maneiras de equilibrar suas finanças e alcançar uma recuperação econômica. A transparência e a rigorosidade na gestão financeira serão cruciais para que o clube possa voltar a respirar aliviado.

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