Recentemente, o Corinthians fechou um acordo de patrocínio máster com a Vaidebet, anunciado como o maior da história do futebol na América do Sul. O contrato, que gira em torno de R$ 360 milhões, posiciona o clube alvinegro em uma situação financeira privilegiada perante outros gigantes do continente.
No entanto, nem tudo parece ser motivo de celebração. Recentemente surgiram informações de que o Corinthians está destinando uma comissão de 7% deste valor a uma empresa externa. A reviravolta no caso é que esta empresa beneficiada está vinculada a um apoio significativo na eleição do atual presidente do clube, Augusto Melo, levantando suspeitas sobre a integridade do acordo.
A empresa em questão é a Redes Social Mídia Design, que nunca havia negociado previamente com o Corinthians ou recebido comissões similares. A ligação de Alex Cassunde, proprietário da empresa, como um dos apoiadores de Melo na campanha eleitoral tem aumentado as preocupações e suspeitas em volta deste negócio.
Investigações podem colocar lideranças do clube em xeque
Jorge Nicola, um renomado jornalista esportivo, apontou que há movimentos nos bastidores que sinalizam para um possível envolvimento do Ministério Público para investigar a legalidade e transparência deste pagamento. O receio é que os desdobramentos desta investigação possam levar a sanções severas, incluindo a possibilidade de impeachment de figuras chave da diretoria alvinegra.
Rubens Gomes, demitido na quinta-feira (2) do cargo de diretor de futebol do Corinthians, rompeu o silêncio e abordou pela primeira vez as tensões com o presidente Augusto Melo e os desentendimentos que culminaram em sua saída do clube.
Em uma entrevista exclusiva ao programa “Mesa Redonda”, da TV Gazeta, Rubão corroborou as informações veiculadas pela ESPN na sexta-feira (3), confirmando que os atritos com o dirigente corintiano surgiram a partir de desconfianças relacionadas ao contrato com a empresa VaideBet, patrocinadora máster do clube.
Segundo o ex-diretor de futebol, Augusto Melo havia assegurado que o acordo com a VaideBet fora firmado sem a intervenção de terceiros. No entanto, ao analisar o contrato, Rubão se deparou com a inclusão da ‘Rede Social Media Design LTDA’, que recebeu a quantia de R$ 25,2 milhões.
“Quando questionei sobre isso, ele retrucou: ‘Está desconfiando?’. Não gostou muito da minha pergunta. Eu olhei para ele e disse: ‘Você afirmou na minha casa que não haveria intermediários, mas agora surge essa empresa. Você tinha conhecimento disso? Até onde vai o seu conhecimento sobre isso?’. A partir desse momento…”, revelou Rubão.
Esse foi o primeiro entre os vários conflitos que levaram à demissão de Rubens Gomes. Embora claramente perturbado com sua saída, Rubão optou por não comentar se apoiaria um eventual impeachment de Augusto Melo, com base em sua experiência na gestão atual. Contudo, lançou um desafio ao presidente.
“É uma situação complexa. Ele foi eleito de forma legítima. Não estamos buscando fantasmas ou criando confusão. Mas estaremos vigilantes. Cabe aos órgãos competentes fazerem o mesmo. Porém, se algo escandaloso vier à tona, não haverá como negar a realidade”, afirmou o ex-diretor, agora conselheiro.
“Mas não sou o único. Farei o que sempre fiz. Sou conselheiro vitalício, com 24 anos de atuação no conselho do Corinthians. Minha reputação é inabalável e estou disposto a abrir meu sigilo telefônico, fiscal, contábil e até o imposto de renda para quem quiser. Quero ver se farão o mesmo.”
À medida que a situação se desenrola, o futuro administrativo do Corinthians permanece incerto. Este caso destaca a necessidade de transparência e ética no gerenciamento esportivo, aspectos que devem ser rigorosamente observados para preservar a integridade e a paixão pelo futebol.
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